O SENHOR É O MEU PASTOR




                                                                                                Alevilson da Silva Tavares ¹
Quando disse que o Senhor é o meu pastor nem imaginei a seriedade, completude e dimensão do compromisso que assumia com essas palavras. Sabia que para que fosse verdade a prédica teria que renunciar algo ou alguns momentos de minha vida e de mim mesmo. Assumia definitivamente que eu precisaria ser sepultado.
Desenha-se aqui o cenário menos complicado de se ver mas bastante intrigante de se viver. Vejamos a responsabilidade de que ao afirmar que Senhor é o meu pastor estava renunciando o fato de que nem eu mesmo poderia assumir o papel de senhorio de minha vida. Já não posso dar ordens, dirigir os meus passos, definir objetivos ou traçar quaisquer metas sozinhos. Agora tenho um senhor que assume uma dupla função pastoreio com cuidado e ensino e Senhorio com todo o poderio.
Mas quantas vezes me pego desprezando o Senhor e só depois o recorro afim de resolver os meus problemas. Quando algo dar certo também me deparo acreditando, por um momento, que fui o responsável pelo sucesso da ação.
E onde fica a elegante afirmação de que o Senhor é o meu pastor? Nesse instante provoco quem deve ser o principal responsável pela maior renúncia. Dele ou minha? É evidente que a minha participação nesse processo de renúncia deve ser total. Mesmo sabendo disso em inúmeros momentos desenho projetos e nem menos o convido para fazer parte da correção ortográfica. Aplico sem esperar nenhuma objeção.  E ele? Ele permanece calado assim mesmo como faço para com ele.
Se o Senhor é o meu pastor porque ando fazendo dizendo tanto não para ele. Não para oração constante. Acredita que só me vejo orando em campanha de oração levantadas na igreja? Não para  consagração; não para o louvor; não para o evangelismo; não para a visitação...
Como seria então se o Senhor fosse realmente o nosso pastor? Ah! Muito se tem a falar sobre isso. Então vamos prosseguir e em breve discutiremos o papel do Senhor na vida de alguém.
E quando esse Senhor é o meu pastor? Que importância tem um pastor de ovelhas em mundo capitalista, mercantilista e ateísta em que estamos inseridos?
Para o mundo não sei, mas pra mim tem uma importância inigualável. Pois foi de iniciativa própria e voluntária que bradei: O Senhor é o meu pastor.
É verdade que as vezes só quero ficar com a parte do Senhor como Senhor, mas como pastor sempre dou um empurrãozinho  para quem estar mais próximo.
No nosso jovem Brasil, lá nos anos, de colonização europeia quando as primeiras senzalas  se formavam os seus senhores se estabeleciam em nossas terras, os servos deviam-lhes total dependência e respeito em todos os seus atos, sem quaisquer restrições. As limitações impostas nem ao menos eram questionadas e tudo fluía de jeito que em muitos momentos alguém teve a oportunidade de deixar a casa e relutava e fazer tal coisa.
Ninguém ousava em incomodar um servo de um senhor. E se o fizesse sabia que estava adquirindo um sério problema com aquele que pagara um preço por sua propriedade, o seu servo.
A parte de ter um senhor sempre tinha suas regalias. Mas também ofereciam-lhes algumas restrições em diferentes aspectos: social, econômico, religioso, acadêmico e familiar.
Mas ter o senhor como pastor dirigia-se a um pensamento mais aprofundado da coisa, ação e momento.
Imagine que aquele senhor com toda a sua glória resolve desprover-se de sua majestade para reduzir-se a função de pastor. Quão desprezível era a profissão de pastor nos dias em executou seu ministério.
Contudo o pastor apresenta, é bem verdade, comportamentos que precisam serem bem esclarecidos.
Vejamos os fatos que o levou a ser um pastor. Enquanto um senhor é servido na mesa. O pastor desprende-se de sua comodidade para servir da melhor maneira as suas ovelhas. Enquanto o senhor tem endereço fixo o pastor marca seu território de acordo com a disponibilidade de pasto e águas tranquilas para suas ovelhas.
É comum o senhor usa o cetro o pastor se apropria do cajado e a vara para iniciar uma comunicação com o rebanho. O senhor detém de vestes reais para o uso no cotidiano, já o pastor se contém conformado com a vestimenta que melhor lhe faça estar em contato direto com suas ovelhas.
A linguagem do senhor é uma linguagem formal, apurada, acompanhada de regras e normas gramaticais vigentes. O pastor busca comunicar-se com a maior informalidade de um jeito coloquial buscando um afunilamento afetivo e social.
O senhor convoca para ser ouvido; o pastor com um tom suave e harmonioso atrai seu rebanho constantemente para si.
É gratificante contextualizar que cada senhor tem seu modo de ensinar o caminho. O senhor que vos descrevo ensina no caminho assim como faz o pastor. Pois esse senhor nem precisa ensinar o caminho já que ele mesmo é o caminho e o pastor também se intitulou ser o caminho.
Existe uma verdade com face de naturalidade que estar sendo rejeitada em diferentes esferas sociais sem quaisquer temores. O fator de que o ser humano domina sobre as demais espécies não o eleva ao patamar de pastor e nem ao menos de senhor.
A verdade escancarada é que o domínio do universo em toda sua completude estar sob o comando do Senhor dos senhores e Rei dos reis, daí o homem ser reduzido a nada.
É imprescindível destacar que os registros que apontam sobre a gênese do universo numa visão racional e sólida é que Deus criou os céus e Terra. Então ele sim é o Senhor, o que domina. O que faz e entende o produto de suas mãos inclusive fôlego de vida. E não se deixa escarnecer.
Igreja do Senhor que afirmamos que o Senhor é o nosso pastor estreitemos os laços espirituais com Ele. Não se deixem vislumbrar por um momento de prazer em sua glória terrena que busca, sem sucesso, ofuscar a glória do Todo Poderoso bem como os ensinos e correções do nosso Pastor.
Se afirma-se que o Senhor é o meu pastor faz isso por notadamente ter constatado por alguém que ele jamais decepciona. Quando a cada viração do dia passava assegurando de que o lar de cada um é sempre um espaço de um bom motivo para uma estadia, uma visita tão especial, e, isso chamando pelo meu nome.
Eu sei! Sim eu sei! Que só o Senhor pode ser senhor e pastor de alguém e isso fazendo com espontaneidade e verdade em cada gesto demonstrado para comigo.
Tamanha é a responsabilidade por isso me sinto convicto em assegurar sem receio de que o Senhor é o meu Pastor. E sendo assim nada me faltará. Só Ele pode ser meu guia para águas tranquilas. Ninguém além Dele sabe a hora de minha alma ser refrigerada. Ele me colocou e me faz trilhar pelas veredas da justiça e isso por amor do seu nome.
Já conclui que que ainda que eu andasse lá pelo vale da sombra da morte, tenho certeza, que não temeria mal algum porque sei que estais comigo.
Quando a euforia e desânimo me assolam a tua vara e cajado me consolam.
Algo que jamais pude imaginar é a mesa que preparas perante mim na presença de meus inimigos. E como se faltasse algo unges minha  cabeça com óleo e ai, ai que o meu cálice transborda.
Com todos esses feitos disponíveis em minha vida estou seguro em afirmar certamente que a bondade e misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida.

Insisto em pedir-Te Senhor que me ajudes a Tê-lo também como Pastor só assim ficarei seguro e habitarei na Tua casa, a caso do Senhor, por longos dias sem nada me faltar. 
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¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades:   fundamental e médio. 

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