Alevilson da Silva Tavares¹
A Busca pelo entendimento sobre o perfil de líder que foi Neemias é uma tentativa de compilar um fragmento bíblico sobre a história dos judeus levando-nos a debruçar-nos no livro que leva seu nome, Neemias, que até chegou a ser Tirsata (Ne 7.65). Mas também nos direciona a uma viagem pelos livros de Ester, Esdras, Samuel, Reis, Crônicas entre outros que tratam dos rastros e feitos dos judeus nos tempos bíblicos. E nos impele a testemunhar sobre como a ética é imprescindível como base para a construção de uma cidadania plena.
O livro de Neemias pode ter sido escrito lá por volta de 444 e 432 a. C. e tem uma correlação bastante intrínseca com o livro de Esdras. O livro tem sua atribuição de autoria ao sacerdote Esdras e fora escrito buscando lembrar ao povo de Deus sobre o que houvera sido herdado espiritualmente e para que não fossem, em nem um momento, negligente para com o seu Deus.
Neste livro podemos visualizar a conquista dos babilônicos sobre a nação israelita. E como a Pérsia conquistara a Babilônia ocorreu um fato histórico que foi a permissão através de Dário permitir que os Judeus voltassem a sua terra. Neemias fica com o rei Artaxerxes e este dispunham de muita confiança da corte.
Conquistar a confiança parece ser uma característica peculiar de Neemias talvez porque apreciasse não trabalhar isolado. Ele tinha um ponto de apoio. Busca dividir sua preocupação com um companheiro que tinha a mesma sensibilidade que ele na batalha de reconstruir os muros de Jerusalém mas também reerguer o padrão de fé do povo judeu.
É compreensível a fala de Orlando Boyer quando analisa o perfil de Neemias, vejamos o que é pontuado:
“ ...Sacrificou a vida confortável do palácio para servir ao povo aflito como governador da Judéia.
...Neemias era um governador civil com autoridade do rei. O intrépido Neemias não se conformou com os inimigos fora nem com o pecado dentro. Os dois Esdras e Neemias, trabalhavam unidos para o culto ao verdadeiro Deus, em Jerusalém.” Boyer (2012, p.378)
É provável que nos dias hodiernos haja uma resistência gritante de se deixar um posto junto a autoridades de alto padrão na escala social e voltar-se para sua terra e mais sabendo que se encontraria não mais aqueles belos muros, como no caso de Jerusalém, que Beers (2013, p.184) lembra que “os muros era um símbolo de força e prosperidade nos tempos da Bíblia. Eles eram um sinal de que uma cidade era próspera e importante”, finaliza.
Mas existia um sentimento de levar a segurança para aquela cidade. Mesmo sendo uma cidade que tem sua fundação datada lá por volta de 3.000 a. C. (Elwell, p.48), o que provavelmente quando Neemias estar em cena ela já tinha uns 2.500 anos. Contudo o sentimento perdurara.
Reconstruir os muros de Jerusalém, podemos mensurar também que é pensar na paz desta cidade. O salmista Davi deixou um registro bastante contundente sobre o bem estar de Jerusalém nos impelindo até a “orar pela paz de Jerusalém!” (Sl 122.6). E o experiente coopero do persa Artaxerxes não pensou muito em largar tudo e usar a experiência acumulada ao longo de sua jornada de sofrimento como exilado e depois de vislumbre em vivência no palácio persa.
Esse comportamento lhe condicionou a conquista do objetivo traçado e mais ainda demonstrou que o rei Artaxerxes não o queria lhe perder. Vejamos o que os escritos do livro de Neemias diz lá no capítulo 2 e versículo 6.
Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás?
Foi a principal preocupação de Artaxerxes. A duração da viagem. Que fascínio Neemias consegue diante do rei. O Coopero prendeu-lhe o coração de tal forma que mesmo o rei tocado por Deus e convencido de tal necessidade esperava que a empreitada não levasse muito tempo.
Podemos ver que não foram as palavras a primeira ferramenta usada por Neemias para alterar a rotina do palácio. Foi a sua conduta exemplar, profissional, atuante e bem humorada. Quando o humor de Neemias foi alterado diante do serviço costumeiro de por o vinho diante do rei, e isso não foi proposital a fim de atrair a atenção tão cobiçada do rei, tudo mudou.
Mudou o semblante de Neemias, pois ele mesmo diz: “porém nunca, antes, estivera triste diante dele”. Mudou o olhar do rei para Neemias. Agora o rei o via com uma sensibilidade, preocupação, tristeza não registrada antes, ao ponto de até lhe questionar: “Por que está triste o teu semblante, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração”.
É interessante que o sábio Salomão, rei de Israel pontou sobre a relação do coração versus emoção e expressão no humor. E isso ficou como provérbio “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate” (Provérbios 15:13) e ele ainda foi mais específico, mais anatômico incrementado com a afirmação "O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos." (Provérbios 17 : 22).
Enquanto isso estavam os moradores de Jerusalém num caos terrível. Hanani, com afinidade de irmão de Neemias e alguns de Judá resolveu visitá-lo lá fortaleza de Susã, na cidade real e residência dos soberanos da Pérsia Boyer (2012, p.508). Ao vê-lo Neemias lhe questiona sobre a situação dos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém (Neemias 1.2).
As notícias não eram as mais animadoras. Disseram eles: os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. (Neemias (1.3). Essas palavras ‘cortam o coração de Neemias em dezenas de pedaços’. Foi demais para Neemias saber dessa terrível tragédia. Estavam os seus em situação inaceitável para que dispunham de um conforto real.
Era terrível ouvir essas palavras:
- Grande miséria;
- Desprezo;
- O muro de Jerusalém, fendido;
- Suas portas (Jerusalém), queimadas a fogo.
Não era para menos a lamentação vivenciada por Neemias. O homem que de pé recebia os visitantes e amigos, agora, senta-se e chora por dias, lamenta-se e não murmura, lamenta-se numa apresentação sistemática do problema a Deus. Até um Jejum é apresentado a Deus em meio a muita oração.
Que exemplo estamos apreciando!
Um homem que apesar de estar a mais de 800 km de Jerusalém seu coração fervia como estivesse envolto por aqueles muros fendidos e aquelas portas queimadas. Parece que ele até fotografava a grande miséria e o desprezo do povo. Era inadmissível! Demonstrou Neemias com a sua atitude.
Flavio Josefo em seu livro: A História dos Hebreus (2014, p.518) faça a seguinte observação: “Neemias era um homem tão bom, justo, zeloso do bem de sua Pátria, a quem ela é devedora de tantos benefícios, que a sua memória jamais há de perecer entre os judeus”. Não era para menos um homem com os adjetivos demonstrados só poderia ter um espaço histórico-cultural tão presente uma cultura que quase foi diluída pela desobediência a Deus.
Esse homem bom, justo e zeloso do bem de sua Pátria como mesclou Flávio Josefo demonstrou uma rotina que apesar de intensa fora estratégica. Não prendeu a detalhes que pudessem interromper sua missão, disposição demonstração de amor e fé.
Mas ao mesmo tempo que desprezou detalhes valorizou aqueles detalhes que jamais poderiam serem desconsiderados. Entendendo que o caos estava inimaginável e que isso demandava recursos humanos e materiais. Não se intimidou em pedir cartas aos reis para que chegasse ao seu destino final..
Também foi enfático em apropriar-se da comoção generalizada. A comoção inclusive do rei. Foi bastante objetivo. Pediu que Artaxerxes desse carta para o guarda do jardim real, a Asafe. Ele sabia que precisaria de madeira para cobrir as portas do paço da casa ou palácio real como queira-se entender. E também para o muro da cidade.
Chegando a Jerusalém sabia que as notícias outrora dadas por Hanani e os demais ( Nemias 1. 2 e3) não era material informativo suficiente para quem teria uma tão grande tarefa. E sem querem amortecer o ânimo e as expectativas geradas pela chegada de alguém com experiência adquirida junto a Pérsia. A Pérsia conquistara a Babilônia, pivô no processo de exilo do povo judeu.
Uma estadia de três dias foi um suficiente para colocar a mão na massa. Numa noite tendo poucos homens cuidadosamente sido escolhidos e sem que ninguém mais o soubessem e com apenas um animal, aquele em montado estava um vistoria em pontos que causavam alardes pela destruição em larga escala em que se encontrava. Tudo o Hanani e os demais disseram foi confirmado na íntegra.
Essa releitura do estado de Jerusalém fez parte do discurso inicial de Neemias para a elite sacerdotal e todo o povo da cidade. Mas também Deus foi reapresentado como participante daquele projeto. E como Artaxerxes tinha se condoído com a situação do povo, da cidade e de Neemias.
É imprescindível que um líder tenha seus momentos de particularidade com Deus para que possa assim garantir uma direção, confiança e estratégia e autoestima ao povo. Foi assim com o manso Moisés em sua jornada de fé.
O Êxodo é uma prova que um líder pode enfrentar uma grande missão Deus sendo com ele. E como é importante valorizar suas origens. Moisés até resistiu diante de uma introspectiva análitica mas depois deu início ao projeto: o Êxodo. Coelho & Daniel (2013, p 13 e p.15) incrementa que de forma mui peculiar, “Deus chama seus escolhidos nas mais diversas funções”. E mais adiante destacam que “Deus tem sempre tem um objetivo quando chama um de seus servos para que exerça alguma função ou ministério e tem sua forma própria de preparar os seus escolhidos”.
É verdade que entre a grande obra e a disposição para exercê-la existem desafios que tornam-se conhecidos de imediato ainda numa visão panorâmica e superficial da problemática ou projeto em que vai se enfrentasse. Outros só se deixam conhecidos após a batalha travada. Entendemos que seja por isso que Jesus possa ter afirmado que os sinais, prodígios que ele realizava e fazia-se testemunha-se seguiriam os que cressem. Vejamos, "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;" (Marcos 16 : 17).
Então podemos entender que primeiro creio no projeto, acredito mesmo na missão a ser perseguida: o evangelho, e esse me trará transformações individuais que atingirão até a coletividade envolvendo minha família, amigos e outros que me cercam. Depois essas transformações me condindo a uma postura centrada, estratégica e virtuosa para com o reino de Deus e para com o mundo verei a necessidade de envolvimento em toda a sua dimensão com entrega em sua totalidade para o reino de Deus, não me deixando reter-se pelas afrontas do inimigo. Tenho a palavra do Mestre que me assegurou que em seu nome expulsarei os demônios.
Quantas pessoas se têm registros que foram libertas do mal através da ministração do da Palavra do Senhor, através do Poder do nome de Jesus Cristo? Inúmeras! O nome de Jesus podendo expulsar demônio pode com certeza nos dar a garantia e confiança de que obstáculos, barreiras, dificuldades quaisquer serão vencidos no Nome de Jesus.
Tendo a obra do mestre características desses enfrentamentos é certo que Ele nos arregimentará com ferramentas que não estão ao nosso alcance consegui-la sozinhos. O poder, graça, dons espirituais são exemplos de ferramentas que precisam serem presentes na vida de qualquer líder na obra do Senhor. A batalha não curta e não tem espaço para covardes, fracos e medrosos. A batalha exige confiança em um Deus Trino, exige intimidade não somente no momento de se apresentar os problemas que vão surgindo mas também na hora de se mostrar os problemas vencidos e superados com o poder do evangelho presente no jornada do líder.
E isso demanda fé. Não se ver obrigatório muita fé. Entendendo não haver uma escala para averiguar o nível de fé de cada um. Entendo que a fé possa ser vista como a fidelidade ou você é fiel ou você não é. É preciso ter fé. A ilustração que Jesus sobre fé é precisa e não deixa confusão "Disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria." (Lucas 17 : 6). Se ele nos dá poder para ordenar a planta seu deslocamento de seu habitat natural não o fará mediante a situações adversas oriundas de uma batalha?
Neemias demonstrou na prática como se vive a fé. A fé também é vivida pela prática. O apóstolo Tiago salientou de forma veemente "Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?" (Tiago 2 : 20).
Alexandre Coelho e Silas Daniel na obra fé e obras: ensinos de Tiago para uma vida cristã autentica, são esclarecedores quando fazem a relação fé e obras:
Falar sobre fé implica em diversos fatores. Ela precisa ter um conjunto de valores que estejam conjugados de forma doutrinária, um modelo de culto e uma forma de interação entre pessoas que dessa fé participam. Mas a fé também precisa ser prática ou seja demonstrada no dia a dia de seus crentes. E a fé cristã não pode ser resumida em um conjunto de preceitos sem prática, ou será morta aos olhos daqueles que nos observam. Coelho & Daniel (2014, p. 85).
A vida do crente em sua caminhada ela demanda mudanças, mudanças de comportamento em suas diferenças amplitudes: econômica, cultural, emocional, profissional, acadêmica, enfim em relacionamento de grupo ou mesmo individual como em um todo numa amplitude social.
Neemias mostra-se como líder e grande líder mas também mostra-se como pessoa. Uma pessoa capaz de superar os ataques nos campos de suas emoções que antes de enfrentar aquele projeto não eram-lhes presentes. Já pensou você estar em um trabalho um chefe da missão quando de repente você é surpreendido por alguém que não fazia parte de sua rotina querendo lhe redirecionar pelo mal que deixou entrar no coração? Que coisa mais difícil Neemias enfrentou!
Já pensou um samaratino influente que se opõe a Neemias na reconstrução das muralhas de Jerusalém e um amonita, diz Kaschel (2005, p. 142 e 154) são Sambalate, Tobias e ainda o arábio Gesém. Estes responsáveis pelos ataques as emoções daquele coopero que se tornara tirsata e por sinal um grande líder.
Não era fácil saber que havia alguém ardendo em ira, e muito indignado escarnecendo dos judeus. Ainda não contentes com seus comportamentos notórios aos judeus lançam questionamento na tentativa de que talvez alguém parasse para responder-lhe. Mas eram inquietantes as afrontas. Já pensou ouvir isso de um homem como Sambalate “Que fazem esses fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó pedras que foram queimadas?”. E Tobias, o amonita, achou por bem fazer suas ponderações devastadoras frente ao companheiro de afronta disse ele: “ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará facilmente o seu muro de pedra”.
Qual o papel de Neemias frente essa pressão? Ordenar que o povo continuasse e apresentar ao Senhor aquelas afrontas e assim o fez muito bem. Exclamou Neemias ao Senhor:
“Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e torna o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e dá-los por presa, na terra do cativeiro. E não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te irritaram na presença dos edificadores”. (Neemias 4. 4 e 5).
E a obra continuava!
Alguns pequenos entraves começaram a surgir diante do povo. Problemas de conflitos de grupos e que precisaram da intervenção imediata de Neemias. Um desses foi que os responsáveis por carregar os materiais, os acarretadores já estavam com as forças desfalecidas talvez pela intensidade da obra e a carga horária de trabalho elevada. O pó resultado das derribada dos muros era muito e precisava ser removido ou parte do material presente nele e isso demandava pessoas com capacidade física para tal.
Um plano de emergência fora montado. Judeus foram infiltrados para acompanham a ação dos inimigos da obra. E por sinal por dez vezes trouxeram a notícia de que se preparavam para atacar ou tornar a eles. dos Era necessário assim reforço da segurança afinal tinha um inimigo aa espreita. Foi posto guardas nos lugares baixos, por detrás e nos lugares altos e os povos por suas famílias ficaram organizados com lanças e arcos. Aos magistrados e nobres foram-lhes dadas palavras de confiança em Deus e uma palavra de ordem pelejem pelos vossos irmãos, filhos, mulheres e casas.
O plano deu certo e inibiu o mal que estava por vir. A obra agora continuava com metade de seu ritmo. Pois metade dos moços tiveram que serem deslocam para o sistema de defesa que tinha sido criado. E só a outra metade ficou na execução da reconstrução. Mas mesmo assim com “uma mão na massa” e outra na arma. A obra não podia era parar.
Outra divergência foi concernente ao problema da fome que estivera enquanto atenção e bens estavam empenhados na obra. Agora chegou o enfado na vida daquele líder. Finalmente algo lhe tinha causado um transtorno muito grande. Pois como fome não se pode adiar ou mesmo transferir responsabilidades. Deixe-me usar de audácia e espiritualizar a problemática da fome no assunto em questão. Quantas vezes Deus nos impulsiona para nos preocupar mais ainda com a situação faminta que o mundo se encontra e entendemos que nossa missão só concentra em reerguer muros. Erguemos ou reerguemos muros acadêmicos, profissionais, econômicos, sociais enquanto aqueles que estão sobre nossa guarda clamavam silenciosamente em busca de alimento. Líderes atentem para o conselho do nobre rei Salomão. Que até provérbio se tornou.
"Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos," Porque o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração? Quando brotar a erva, e aparecerem os renovos, e se juntarem as ervas dos montes, Então os cordeiros serão para te vestires, e os bodes para o preço do campo; E a abastança do leite das cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa e para sustento das tuas servas. (Provérbios 27 : 23).
Não é difícil de ver líderes que buscam ,se entregam, se doam mesmo, o que não é errado, pelos seus familiares esquecendo que Deus aumentou proporcionalmente a sua família. Para a família que Deus o aumentou, igreja do Senhor, justifica apenas que outro fará sanar a necessidade muito bem.
Já tive a oportunidade de presenciar um momento que um líder ao ser lembrado, como fizeram os profetas a Elizeu “Eis que o lugar em habitamos diante da tua face nos é estreito” (2 Reis 6.1), saltou-se com a marcante afirmação “não tenho chamada para construir”. Que coisa terrível. Também não vejo Elizeu sendo chamado para construir. O vejo sendo chamado para ser profeta. A ação de liderar uma equipe de construtores faz parte daquelas ferramentas em que mostramos ao Senhor na hora de nos alistarmos na seara como ela.
Um recruta com habilidades que vão além de sua obrigação terá a capacidade de desenvolvimento seu ofício com êxito e galgar para si patamares tão elevados sem que seja preciso submeter-se a situações tão comum no meio. Buscar cursos correlatos ou mesmo distantes da missão que se vai enfrentar não comprometerá com o andamento dos trabalhos. Ao contrário enriquecerá a visão da liderança e o nível da equipe.
A você que dispõe da oportunidade de estar aos cuidados de uma equipe com alto padrão de treinamento é muito importante que se observe detalhes muito imperceptíveis aos olhos dos desatentos até mesmo o abrir e fechar de uma porta, a postura ao sentar e ao levantar, o direcionamento do rosto em um momento de uma conversa seja com superior ou subalternos.
Observe, analise e modifique-se. Pois o crescimento, inclusive espiritual não chegara jamais aos desatentos e permissivos com situação de zona de conforto. Mas é preciso antes de mais nada ser exemplo para assim tornar outros exemplos. A liderança pode ser analisada sobre um peculiar, inusitado mas válido, como um processo de gestação tem o momento de expectativa (pré) de desenvolvimento e enfrentamento (durante) e dor (concepção) e vislumbramento (pós).
A exemplo de Neemias a intimidade com Deus é capaz de fazer o homem implantar um marco que depois se é até aconselhado que não seja removido. Foi o que Salomão propagou "Não removas os antigos limites que teus pais fizeram." (Provérbios 22 : 28).
O problema que surgira entre o povo em que os pobres murmuravam contra os ricos Neemias contornou e solucionou com muita segurança e ajuda dos sacerdotes que presenciaram o juramento dos ricos em não mais submeter seus irmãos as situações comprometedoras como aqueles. Se apropriando de bens, filhos, casas e até esposas em função da fome e do poder aquisitivo.
É verdade que quando a grande obra começa a chegar nos seus momentos finais a ira, indignação e fúria dos inimigos da obra aumentam sobre maneira e é ai que a capacidade de liderança é testada mais uma vez. Aparecem até propostas de reconciliação, reaproximação e porque não convites para nos congregarmos em outro lugar. Será que estamos nos congregando em um lugar errado para sermos afrontados com esse tipo de convite? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mateus 26 : 41) Foi o que lembrou Jesus já no Getsêmani. A verdade é que querem para a obra. Cuidado obreiros do senhor!
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¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades: fundamental e médio.
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