Alevilson da Silva Tavares¹
Era domingo de outubro de 2015, noite chuvosa, a igreja lotada de crentes que ansiosos participavam de um culto de encerramento de campanha de oração com a temática Salvação e tema: Jesus solta os encarcerados, baseada em At 16.26 O culto transcorria de forma muito fervorosa. Um jovem, que passava em frente ao templo, muito religioso e que tinha muita curiosidade de ver o motivo que levava tantos crentes a viverem em oração e sabendo que era encerramento de campanha de oração resolveu entrar de forma imperceptível naquela reunião.
A ação de participar do culto somente para sanar uma curiosidade lhe surpreendeu pois sem estar em sua programação inicial resolveu aceitar a Jesus como seu Salvador para ver se sentiria a mesma alegria que sentia aqueles crentes. E sentiu! Foi batizado nas águas e perdurou com aquela alegria por muitos e muitos dias.
Contudo em um dia de provação espiritual e não vendo resposta de Deus para o problema que o apresentava há alguns dias, resolveu apelar para um ‘santinho’ que havia esquecido lá no canto da gaveta. Por mero acaso a resposta chegou justamente naquele período. O novo convertido entendeu que Deus aprovara o seu comportamento. E repetiu a práticas diversas vezes. Ao ponto de prestar até oferendas ao ‘santinho’ em datas programadas.
Mas durante um culto de doutrina, o pastor daquela igreja apresentou o assuntou que seria tratado durante o ensinamento, a idolatria. O Novo Convertido nem estava no culto nesse dia mas, seu vizinho Abimeleque, conhecedor do problema, escreveu alguns pontos que entendeu serem cruciais para aconselhar aquele nobre rapaz. E assim o fez.
Vejamos o que falou o pastor:
A idolatria é adoração da representação de uma divindade; admiração ou paixão excessiva por algo ou por alguém. E existem casos diversos a serem citados ao longo da Bíblia mas todos reprovados por Deus. Como no momento em que Moisés se ausentou para uma conversa particular com Deus e o povo liderado por Arão fez um bezerro de ouro (Ex.32). Nos dias do reinado de Davi Dagom também é mencionado como evidencia de divindade entre os homens de Asdode (I Sm 5). Também no momento em que Nabucodonozor ordenou a construção da estátua e o povo adorou (Dn 3). E não se pode esquecer que Paulo também evidenciou essa prática entre os atenienses (At 17).
Então porque não se deve aderir a prática da idolatria ou mesmo ter ídolos?
No primeiro caso porque a idolatria se configura como pecado por tirar a primazia de Deus. Nas orientações iniciais de Deus ao Povo de Israel nos primeiros passos que saía do Egito. Disse Deus: "Não terás outros deuses diante de mim." (Ex 20:3). E isso deve ser considerado. Deus foi preciso. Não tem como o homem chega-se diante de Deus tendo outro deus como mediador.
Segundo por que o salmista lá no salmo 115 ao falar sobre a primazia de Deus no meio do Povo de Israel e os ídolos desmontou o perfil de divindade que se tinha atribuído a deuses feitos por mãos humanas. Disse o salmista “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta”(Sl 115.4-7).
Isaías destacou "nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar." (Is 45:20 b).
O escrito do Livro I Samuel afirmou "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei." (I Sml 15 : 23)
Paulo chamou de supersticiosos aqueles que atribuía uma divindade para cada momento, coisa ou situação como os gregos atenienses (At 17. 22). O salmista do salmo 115 disse que se tornem semelhante a eles que assim o fazem. E aos de Corinto disse "Portanto, meus amados, fugi da idolatria." (I Co 10:14)
Pedro foi preciso ao colocar que antes essa prática era até presente na vida do não salvo "Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias;" (I Pe 4:3)
Os escritos do livro de Josué destaca que era um comportamento constante entre o povo de Israel em optar em servir a outros deus. "Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Além do rio habitaram antigamente vossos pais, Terá, pai de Abraão e pai de Naor; e serviram a outros deuses." (Js 24:2). Ao ponto de Josué bradar "Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; PORÉM EU E A MINHA CASA SERVIREMOS AO SENHOR." (Js 24:15).
E lá no caso dos amigos de Daniel que não encurvaram diante da estátua de Nabucodonozor Deus os honrou diante de toda a Babilônia que esperava corpos queimando naquela fornalha (Dn 3).
Por fim o apóstolo João em sua revelação que fora escrita pelo mesmo não deixa dúvidas que para os idólatras o que lhe espera é a eternidade sem Deus, lá no lago de fogo e enxofre, vivendo a segunda morte (Ap19).
Deus não dá sua Glória a outro. Ele reprovou o comportamento de quem havia assegurado “Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14). Ele também o sentenciou imediatamente elencando “E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.15).
Pedro foi método e preciso “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”(At 4.12). E ainda explicou porque não pode existir salvação por outros ‘agentes’. Disse Pedro: Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. (At 4. 10-11).
O culto terminou e Abimeleque, muito alegre que estava não via a hora de chegar em casa e repassar aquele estudo para seu vizinho, pensando ele que a ajuda era necessária e oportuna, já que no dia seguinte os dois se reuniriam para um bate papo no fim de tarde na fazenda do avó de Abimeleque.
Aquele papel entregue por Abimeleque ao seu vizinho o ajudou a entender que sua prática estava sendo reprovada por Deus e que ele podia e precisava mudar afim de alcançar a misericórdia e Salvação por meio de Cristo Jesus nosso Senhor.
Também ficou evidenciado que a transgressão não pode ser encoberta. Para aqueles que assim a fazem nunca prosperará. É preciso mas que confessar é preciso deixar para poder-se alcançar a misericórdia (Pv 28.13).
Contudo não podemos encerrar esse relato entre Abimeleque e seu vizinho, novo convertido, sem fazer ênfase ao que ponderou Salomão em um de seus famosos provérbios "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo." (Pv 25 : 11).
Que Deus continue nos abençoando!
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¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades: fundamental e médio.
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