Alevilson da Silva Tavares¹
Vivita é um menino buchudo
Quem nasceu carrancudo
Com poucos dias de vida
E dia quase certo de ida
Pequeno e muito animado
Sempre num canto calado
Atento e observador
Aprendeu a superar muita dor
Foi pra escola mais perto
No peito tinha algo certo
Que precisava mais que vencer
Precisava ser
Na escola procurou marcar
E fazer professor registrar
Que uma vida estava começando
E a educação avançando
Na mesma escola começou a vender
Tudo que outros meninos iriam querer
De balas, biscoitos a pipoca
Tinha de tudo em sua toca
Da toca ele olhava
E via o mundo que encantava
Da criança ao adolescente
Enchia os olhos de muita gente
O bucho de vivita continuava cheio
De lombriga e outras coisas pelo meio
Mas vivita continuou vendendo
E na biblioteca da escola lendo
Pegou amizade com a bibliotecária
A merendeira, diretora e secretária
Do professor ao vigia
A amizade estava tudo em dia
Vivita aos poucos aprendeu a falar
Uma linguagem que começou a lecionar
Na mesma escola que estudou
Vivita a vida de outros também mudou
Com tempo da toca ele saiu
Pois outras portas se abriu
Vvita foi pra faculdade
Com muita felicidade
O canto da toca permanece
Dela vivita nunca se esquece
Ainda serve de lembrança
Dos tempos que nunca foi “criança”
Hoje tudo ta bom
A vida tem outro tom
Vivita é professor
E leva alguém a ser doutor
Aquele menino buchudo
Que alguém o olhava carrancudo
Agora é respeitado
Por outro grupo selecionado
Um grupo que lhe admira
Pelo o que coloca na mira
Na mira do coração
Da razão e da emoção
O menino buchudo meu leitor
É resultado de uma dor
Que não demorou a passar
Mas que ele soube superar
Com muita resistência
Atenção e paciência
Aprendeu a amar o saber
Para alguém um dia ser.
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¹ Diácono (Assembleia de Deus), Pedagogo, Biólogo, Bacharel em Teologia, Especialista em Educação Ambiental e professor na rede pública e particular de ensino nas modalidades: fundamental e médio.
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